sábado, 5 de setembro de 2015

Odô Iyá

Iemanjá # Calunga Bonecas de Papel


ORIKI DE IEMANJÁ

Iemanjá que se estende na amplidão
Aiabá que vive na água funda
Faz a mata virar estrada
Bebe cachaça na cabaça
Permanece plena em presença do rei.
Iemanjá se revira quando vem a ventania
Gira e rodopia em volta da vila.
Iemanjá descontente destrói pontes.
Come na casa, come no rio.
Mãe senhora do seio que chora.

lo espesso na buceta
Buceta seca no sono
Como inhame ressequido.
Mar, dono do mundo, que sara qualquer pessoa.
Velha dona do mar.
Fêmea-flauta acorda em acordes na casa do rei.
Descansa qualquer um em qualquer terra.
Cá na terra, cala - à flor-d'água, fala.


(NVO*, pp. 297-298)

Transcriação de Antonio Risério

*NVO - Notes sur le Culte des Orisha et Vodoun à Bahia, la Baie de Tous les Saints au Brésil et à l'ancienne Côte des Esclaves, Dakar, IFAN, 1957, de Pierre Verger.


Onde:

Oriki Orixá # Antônio Risério
Ed. Perspectiva

https://pt-br.facebook.com/calungabonecasdepapel

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