domingo, 13 de dezembro de 2015

Nise da Silveira

Dra. Nise da Silveira


" Assim como Nise fez – com tantas pessoas e temas ,seus amigos, ainda hoje, se comprazem em mencionar mitos e arquétipos relacionados a ela, com base em sua vida e na leitura de suas obras.

O discípulo Luiz Carlos Mello conta que, na primeira noite da primeira viagem à Suiça   quando conheceu Carl Gustav Jung –, a brasileira teve um sonho significativo. Ele relata: Sentada frente a uma mesa, Nise olha para o tampo e vê um céu estrelado. A imagem apareceu rápido, mas a sensação de que havia uma ordem oculta, uma constelação, permaneceu. Esse sonho sintetiza bem o mito de sua vida, a tarefa que teria pela frente. Mapear o inconsciente através dos seres que nele mergulharam, e que se perderam neste céu interior, mas que não deixaram de registrar, de revelar através das imagens do inconsciente, as 'estrelas-arquétipos' que compõem o nosso interior psíquico."

Nise arqueóloga dos mares - pg. 75



Anotações em torno da incomparável Nise da Silveira em Grupos de Estudos ou conversas informais. Algumas já foram aqui publicadas. Retomá-las é manter a chama acesa.

“Todo mundo deve inventar alguma coisa, a criatividade reúne em si várias funções psicológicas importantes para a reestruturação da psique. O que cura, fundamentalmente, é o estímulo à criatividade.”

“É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade.” 

“Para começar a estudar é preciso, de início, capinar. Capinar, capinar, capinar... intensamente. Somente, após longo trabalho de capinação é que você poderá trocar o ancinho por um longo pente, e passá-lo sedosamente nos cabelos de uma mulher.” Para o psicólogo Vicente Saldanha, quando ainda estudante e estagiário de Nise. 

“A contaminação psíquica é pior que piolho. Vai passando de uma cabeça para outra, numa rapidez incrível. E, como você sabe todo mundo já pegou piolho.” 

“Há no meu temperamento essa fúria. Quando eu quero uma coisa, eu insisto. Todo o dia, sem falta, eu levantava cedo, pegava o ônibus e ia trabalhar em Engenho de Dentro. Todo dia, todo dia... Nada me tirava daquele caminho.”

“Desprezo as pessoas que se julgam superiores aos animais. Os animais têm a sabedoria da natureza. Eu gostaria de ser como o gato: quando não se quer saber de uma pessoa, levanta a cauda e sai. Não tem papo.” 

“Eu me sinto bicho. Bicho é mais importante que gente. Pra mim o teste é o bicho, se não passar por ele, não tem vez. Freud disse que quem pensa que não é bicho, é arrogante.” 

O psiquiatra inglês Ronald Lang, estando no Brasil clique aqui e conhecendo, pessoalmente, a Doutora e sua obra, ficou profundamente tomado de emoções e encanto. A Doutora se viu seduzida por ele e dizia com sutileza: “O Laing era um gato.” 

“Estamos socialmente condicionados a considerar a imersão total no espaço e no tempo exterior como coisa normal e saudável. A imersão, no espaço e no tempo interior, tende a ser considerada um afastamento antissocial, um desvio inválido, patológico per se e, de certo modo, desabonador. Para mim, faz muito mais sentido, como projeto de urgência desesperada em nossa época, explorar o espaço e tempo interiores da mente”. “A contribuição de Laing (Ronald) foi a exploração do espaço interior”. 

“Eu não me atrevo a definir a loucura”.

“Porque passei pela prisão, eu compreendo as pessoas e os animais que estão doentes, pobres, que sofrem. Eu me identifico com eles”.

“A obra de arte para Freud fundamenta-se nos condicionamentos individuais do criador, e o Jung encara a obra de arte como uma produção superpessoal.” 

“Quando descobri a unidade da matéria e da energia, uma coisa se transformou na outra; minha vida mudou.” 

“Encontrei na psicologia de Jung e nas obras deste mestre o meu melhor instrumento de trabalho.” A Doutora costumava dizer que ela, como as costureiras, possuía muitas tesouras, mas dava preferência a uma, a de C. G. Jung. 

“Madame Adelaide Sechehaye. Ela me disse: ‘Só se pode progredir pelo prazer’, meu encontro com ela foi um grande prazer.” 

“Há beleza na vida, há beleza em tudo. Vocês veem?... Há beleza na alegria, e mesmo na saudade, na tristeza, no sofrimento e até na partida, há beleza. A vida é uma beleza.”


Onde:

Nise arqueóloga dos mares # Bernardo Carneiro Horta
Aeroplano Ed.

http://casadaspalmeiras.blogspot.com.br/2012/10/frases-de-nise-da-silveira.html

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